sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Comentários - Marina



PROMOÇÃO DA SAÚDE
POLÍTICAS PÚBLICAS

063
FERREIRA, Marcos Santos; CASTIEL, Luis David; CARDOSO, Maria Helena Cabral de Almeida. 
Atividade física na perspectiva da Nova Promoção da Saúde: contradições de um programa institucional. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, suppl. 1, p. 865-872, 2011. Disponível em:http://www.scielosp.org/pdf/csc/v16s1/a18v16s1.pdf
Neste artigo, discute-se como a ambiguidade da Promoção da Saúde se manifesta em um programa institucional de promoção da atividade física. Em um primeiro momento, são apresentadas diferentes abordagens de Promoção da Saúde como expressão dessa ambiguidade. Em seguida, após breve discussão sobre a manifestação dessa ambiguidade no cotidiano midiático, analisa-se o programa Agita São Paulo, apontado pela Organização Mundial da Saúde como exemplo de iniciativa de Promoção da Saúde. Conclui-se que, apesar de manter-se à sombra da Nova Promoção da Saúde, o Agita São Paulo funda-se na abordagem comportamentalista/conservadora de Promoção da Saúde, uma vez que demoniza o sedentarismo, culpabiliza seus adeptos e apoia suas estratégias em mudanças comportamentais individuais como meio de redução do risco epidemiológico, independentemente dos condicionantes sociais, econômicos e culturais.


Resumo:
O periódico relaciona-se à um artigo que tem como foco a ambiguidade com que pode ser vista a Promoção à Saúde. Indicado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como exemplo de inciativa em Promoção de Saúde, o programa Agita São Paulo foi criado para combater o sedentarismo no Estado de São Paulo promovendo a realização de atividades físicas e o conhecimento dos benefícios de um estilo de vida ativa, porém os princípios teóricos que deram origem SUS não são condizentes pois “demoniza o sedentarismo, culpabiliza seus adeptos e apoia suas estratégias individuais como meio de redução do risco epidemiológico, independentemente dos condicionantes sociais, econômicos e culturais”.


Nota à Academia

Neste artigo, discute-se como a ambiguidade da Promoção da Saúde se manifesta em
um programa institucional de promoção da atividade física. Em um primeiro momento, são apresentadas diferentes abordagens de Promoção da Saúde como expressão dessa ambiguidade. Em seguida, analisa-se o programa Agita São Paulo, apontado pela Organização Mundial da Saúde como exemplo de iniciativa de Promoção da Saúde. Conclui-se que, apesar de manter-se à sombra da Nova Promoção da Saúde, o Agita São Paulo funda-se na abordagem comportamentalista/ conservadora de Promoção da Saúde, uma vez que demoniza o sedentarismo, culpabiliza seus adeptos e apoia suas estratégias em mudanças comportamentais individuais como meio de redução do risco epidemiológico, independentemente dos condicionantes sociais, econômicos e culturais.
Assim, o programa Agita São Paulo é um dos principais exemplos de como a ambiguidade da Promoção da Saúde vem sendo usada para legitimar ações e políticas conservadoras no campo da saúde, diga-se de passagem, nada afeitas aos princípios teóricos que deram origem ao SUS.


Nota à Sociedade

O Estado de São Paulo tenta combater o sedentarismo através da realização de atividades físicas em conjunto com o Programa Agita São Paulo, que tem como principais grupos focais: estudantes, trabalhadores e idosos. A mensagem central é: “todo cidadão deve acumular pelo menos 30 minutos de atividade física por dia, na maior parte dos dias da semana (se possível todos), de intensidade moderada de forma contínua e acumulada”.
Uma forma de dissociar o programa realizado em São Paulo com a realidade brasiliense são os PEC's (Pontos de Encontro Comunitário), encontrados em alguns parques e em alguns pontos de encontro comuns, onde há aparelhos de ginástica de fácil utilização e com as instruções afixadas neles. Os instrumentos estão dispostos para quem precisar e quem tiver acesso a eles não havendo campanha que levasse a acreditar que a utilização era obrigatória e o não uso seria um fator discriminante.


Nota ao Gestor

O programa Agita São Paulo é coordenado pelo Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS) em conjunto com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. As ações são programadas por um Comitê Executivo que se reúne uma vez por mês. Este colegiado é composto por mias de 200 instituições governamentais, não-governamentais e empresas privadas, que realizam ações na comunidade em três focos especiais: estudantes, trabalhadores e idosos. Para aumentar a eficácia do programa foram definidos três ambientes básicos: em casa, no transporte e de lazer; e três grupos focais: estudantes, trabalhadores e idosos.
Durante o Simpósio Internacional de Ciência do Esporte foi discutida a importância de haver um esforço conjunto para o desenvolvimento de uma política internacional de promoção de atividade física nos 5 continentes.
Essa medida de Promoção à Saúde poderia ser adotada a fim de melhorar a qualidade de vida da população se relacionada com outras medidas conjuntas, como por exemplo incentivando ou informando o bem à saúde que a atividade física traz, sem condenar a falta de exercícios não se tendo embasamento nos condicionantes sociais, econômicos e culturais Tais medidas evitariam ter que cuidar posteriormente de problemas relacionados ao sedentarismo da população, como a obesidade; que relaciona-se com o PEC (Ponto de Encontro Comunitário), criado com a finalidade de estimular a prática de exercícios e melhorar o bem-estar da população.

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