sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Comentários Alyssa Ribeiro

Site: G1 - Portal da Globo de Notícias - Ciência e Saúde
Título: Testes clínicos com vacina contra HIV têm 90% de sucesso na Espanha - Trinta voluntários sadios de Madri e Barcelona participaram da pesquisa. Mesmo com resultado positivo, autores do estudo pedem cautela.
Resumo: A matéria traz ao leitor leigo, não versado em qualquer área da Saúde, informações atuais a respeito da confecção de vacina contra o HIV. Nela, diz-se que numa amostra de 30 pacientes não infectados com a enfermidade, 90% deles estariam possivelmente preparados para entrar em contato com o vírus sem, no entanto, o contrair. Já 85% da amostra permaneceu imunizada da mesma forma por até um ano. O objetivo maior do estudo foi provocar um "treinamento" do sistema imunológico dos voluntários para que obtivesse a capacidade de reconhecer tanto o vírus HIV quanto as células já por ele infectadas, e assim atacá-los, propondo uma vacina de caráter preventivo. No decorrer da publicação é explicado, de forma sucinta, que a vacina testada é do tipo MVA-B, atingindo apenas o subtipo "B" do HIV mais comum no continente europeu.
Comentário: O texto é destinado ao público leigo por não conter minuciosidades técnico-científicas quase específicas a um acadêmico. Apesar de fornecer as estatísticas promissoras, delineadas pelo estudo dos autores espanhóis, de uma vacina preventiva, não nos é revelado como e porque o MVA-B mostrou tamanha efetividade contra o vírus e seu subtipo em questão. Os pormenores necessários ficam resguardados para a ótica acadêmica, no que tange, por exemplo, fenômenos apoptóticos e liberação endógena de substâncias quimiossintáticas.
Em:

"A vacina se chama MVA-B e foi feita a partir de um vírus diferente do HIV. Ao ser enfraquecido, o micro-organismo serviu para produzir uma vacina contra a varíola e agora é muito usado para a pesquisa em outras doenças."

Há uma pobre explicação sobre o que é o MVA-B, induzindo o leitor a pensar que o próprio MVA-B é "um vírus diferente do HIV". Contudo, o MVA (ou Modified Vaccinia Ankara) é um vírus isolado da Índia que de tão re-programado já tornou-se inerte, provando ser apenas um veículo de apresentação do vírus (o subtipo "B" do vírus HIV) para o sistema imunológico do indivíduo.
É de grande valia lembrar que o HIV não é composto de apenas um tipo de vírus, mas sim de dois. Só o tipo 1 (HIV 1) possui três grupos e 10 subtipos, justificados pelas inúmeras, letais e rápidas soroconversões.
"O HIV 1, causador da epidemia mundial de Aids, pode ser dividido em três grupos (M,N e O). O grupo M, que é o mais abundante, é dividido em dez subtipos (que vão de "A" a "J") e outras dez formas recombinantes que incluem partes dos subtipos puros. No Brasil, encontramos o subtipo B como predominante (80% das infecções), seguidos do subtipo F e subtipo C (tem maior prevalência na região Sul do Brasil). O subtipo A é encontrado, sobretudo, na África Subsaariana. Os países da Europa, Japão e Austrália também possuem, assim como o Brasil, o subtipo B. Já o subtipo C está presente na África do Sul e na Índia. " (Fonte: HIV - Um virus sempre em mutação).
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Site: Plos One - Accelerating the publication of peer-reviewed science
Título: Dendritic Cells Exposed to MVA-Based HIV-1 Vaccine Induce Highly Functional HIV-1-Specific CD8+ T Cell Responses in HIV-1-Infected Individuals
Resumo: No referido estudo, publicado em 18 de Maio de 2011, os autores propuseram uma avaliação da capacidade de resposta do sistema imunológico exposto ao MVA-B. Essas vacinas anti-HIV desenvolver-se-ão com base na utilização do vetor MVA, carreado do subtipo viral "HIV-B", com características profiláticas/preventivas e/ou terapêuticas. Para tal, os autores estudaram em pacientes soro-positivos assintomáticos, que a infecção por MVA-B induziu apoptose nas células infectadas resultando em corpos apoptóticos fagocitados, por sua vez, por células especializadas. Essas mesmas células apresentaram antígenos HIV-1 às células T CD8+ do sistema imune que, juntos, induziram uma alta resposta das células T CD8+ HIV-específicos. Os resultados evidenciaram a possibilidade e todo o suporte clínico para o desenvolvimento de uma vacina com funções tanto terapêuticas quanto profiláticas/preventivas.
Comentário: O texto visa atingir o público acadêmico visto a alta carga de informações específicas técnico-científicas a respeito do assunto abordado. Delinea-se com exatidão genes, liberação de quimiocitocinas, interação célula-célula e célula-vírus de forma que apenas um estudioso poderia compreender de forma mais apurada.

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Site: Biblioteca Virtual em Saúde - Ministério da Saúde
Título: Plano Nacional de Vacinas Anti-HIV - Pesquisa, Desenvolvimento e Avaliação
Resumo: É um plano virtual, disponibilizado no site do BVS - Ministério da Saúde, que pauta no Brasil a temática da vacinação contra o vírus HIV. Nele enquadram-se os aspectos da pesquisa, desenvolvimento e avaliação adequados ao país e sua estruturação populacional e organizacional.
Comentário: O texto possui linguagem de fácil entendimento, porém, mais apropriado a um gestor em saúde. Logo no início é pontuada uma série de objetivos específicos relacionado a como prover um desenvolvimento relacionado às vacinas anti-HIV, no que tange os aspectos epidemiológicos, clínicos, comportamentais e virológicos. Há também, no decorrer do texto, o estabelecimento de políticas e processos apropriados para planejamento eficaz, disponibilização e desenvolvimento de vacinas seguras, eficazes e com custo acessível buscando-se pelas facetas terapêutica e preventiva/profilática da vacina.

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